Moradora de centros de assistência para pessoas em situação de rua passou em 1º lugar no Vestibular EaD da UEPG

Estudar na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) pode não ser uma tarefa fácil para os estudantes que tentam uma vaga pelo vestibular ou PSS, mas a situação fica ainda mais difícil em alguns cenários. Mesmo enfrentando diferentes tipos de dificuldades, Vanusa Jaqueline Gonçalves dos Santos, 21 anos, moradora de albergues e centros de assistência para pessoas em situação de rua, em Ponta Grossa, passou em 1º lugar no Vestibular EaD para o curso de Letras. 

Entretanto, para alcançar a tão desejada vaga na universidade e realizar o sonho de ser professora, Vanusa enfrentou algumas dificuldades. O seu ambiente de estudos, após sair do colégio, foi a Estação Rodoviária da cidade. A jovem ficou sem residência após perder os pais. Sua mãe faleceu quando Vanusa ainda era criança e quando ela completou 18 anos, perdeu o pai para o câncer. 

Antes de começar a receber auxílio do governo, a sua renda completa vinha da venda de paçoquinhas em cruzamentos e ruas de Ponta Grossa, porém, atualmente, Vanusa continua realizando as vendas pela cidade. Para realizar o vestibular da UEPG, Vanusa teve o auxílio de uma psicóloga do Centro POP, que pagou a sua inscrição. 

A jovem passou em primeiro lugar no processo seletivo pelo sistema de cotas de escola pública e em quinto lugar pelo sistema de cotas universal. Segundo Vanusa, sem o incentivo de algumas pessoas, ela teria desistido há muito tempo. “Eu tenho uma mãe de consideração que foi, entre todas as pessoas, as que mais me incentivaram. Ela me dizia que eu seria alguém na vida, e por muitas vezes, eu pensei em desistir da minha vida, mas eu continuei por conta de tudo que ela falou”, afirmou Vanusa. 

Falando sobre suas expectativas para o futuro, ela afirmou que, agora com a aprovação, ela vai continuar lutando e indo atrás dos seus outros sonhos. “Eu não desisti do meu sonho de ser professora e agora eu vou continuar lutando pelos meus outros sonhos para não morar mais na rua. Eu quero ser uma excelente professora, ser inspiração para os meus alunos, e prestar futuramente o vestibular para Direto para ser promotora de justiça”, finaliza a jovem.

Texto: Catharina Iavorski com supervisão de Rodolpho Bowens (Portal aRede)

Foto: Divulgação